Eu não fazia ideia. Mas as lojas de conveniência dos postos de combustíveis seriam os restaurantes, lanchonetes, pastelarias, confeitarias, etc, durante toda a viagem. É possível se alimentar relativamente bem com os produtos semi prontos disponíveis nos freezers. Você ganha tempo. Abastece, se alimenta e volta para a estrada. A refeição propriamente dita do dia você deixa para fazer à noite quando não está mais na estrada.
Buenos Aires (Av. 9 de Julho).
Ruta Nacional 3 (RN3), te leva de Buenos Aires até Ushuaia.
Retas, retas e mais retas. Os pneus praticamente só tem desgaste no centro. Raramente faz-se uma troca de marcha.
Uma curva a frente! Viva!
Saída de Comodoro Rivadavia rumo a Rio Gallegos. Iniciar a viagem logo cedo fazia o dia render muito. Nesta época na região da Patagônia, o amanhecer ocorre +/- às 5h30 e o anoitecer +/- às 21h30, portanto, os dias são bem longos.
O tempo as vezes muda muito rápido. O céu está azul e de repente parece que um temporal vai cair. Com a mesma rapidez que as nuvens carregadas chegam, elas também se vão.
Aqui a impressão foi de que eu enfrentaria um temporal nunca antes visto, de moto e sem nenhum lugar para parar e me abrigar. Por sorte o tempo começou a mudar, eu rumo ao Sul e as nuvens rumo ao Norte.
Você viaja por horas e horas sem mudanças na paisagem. É só você e a moto! Momentos para pensar e repensar muitas coisas é o que não vão faltar.
Enfim alguma coisa se mexeu na paisagem! São os chamados "Guanacos". É necessário muita atenção nos trechos onde eles estão, pois passam de um lado para o outro da estrada de repente.
Uma das paradas para passar a gasolina do galão para o tanque. O tanque da XRE não é grande (12,4L), mas isto não impede a realização de longas viagens. Um galão com 10 L extras resolveram o problema da autonomia. A ginástica era passar a gasolina do galão para o tanque naquele vento. Falando em "vento", da metade da Patagônia para baixo venta muito, você vai passar a ter a companhia dele quase o tempo todo. Em determinados trechos é preciso andar com a moto um pouco inclinada para se manter na estrada.
Depois de deixar Rio Gallegos (Argentina) você vai entrar no Chile, logo em seguida sai do Chile e entra na Argentina novamente (aqui já na altura de San Sebastian). Estas aduanas tomam um precioso tempo da viagem.
Para chegar à "Tierra Del Fuego", que é uma grande ilha, faz-se a travessia através do Estreito de Magalhães. O navegador português Fernão de Magalhães ao navegar pelo estreito que hoje leva o seu nome, avistou esta grande ilha, e inspirado pela quantidade de fogueiras indígenas que brilhavam ao longo da costa, batizou-a de "Tierra Del Fuego". Daí o nome!
O famoso "rípio". É necessário trafegar por aproximadamente 120 km através dele. É o único trecho na Ruta 3 que ainda existe rípio. Começa logo após a cidade de "Tres Cerros" no Chile e vai até a aduana Argentina em "San Sebastian". Olhando de longe ele engana, parece que está bem compactado, mas existem muitas pedras soltas e muitas costelas (tipo uma pista de motocross) para atravessar. Há necessidade de poupar a moto andando devagar, em determinados momentos andava a 40/50 km/h.
Canal de Beagle. Liga os oceanos Atlântico e Pacífico. Ao fundo a cidade de Ushuaia. MISSÃO CUMPRIDA!!! Estou em Ushuaia.
Farol "Les Eclaireurs", também chamado de Farol do Fim do Mundo. A foto deste farol foi por meses o fundo de tela do meu notebook. Indescritível a sensação de estar a poucos metros dele!!!
Cidade de Ushuaia/AR.
Parque Nacional Tierra Del Fuego.
Cidade de Ushuaia/AR.
Logo cedo o início do retorno para o Brasil saindo de Ushuaia.
Em determinados trechos onde existe muita areia, quando os ventos laterais sopram forte a situação fica complicada, você praticamente não enxerga nada e entra na tempestade sem ver muito a sua frente. Aqui foi no meu retorno quando estava próximo de Bahia Blanca.
Moto na garagem de casa após 17 dias de viagem e 10.500 km rodados. PROJETO YPY realizado!
Como disse Henry Ford: "Há mais pessoas que desistem do que pessoas que fracassam." Desistir é para os fracos, fracassar é para quem pelo menos tentou.
Portanto, companheiro motociclista, aproveite este seu espírito de aventura e vá em frente. Um grande abraço!
